segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Crítica: QUARENTENA

TERROR INTRIGANTE E CLAUSTROFÓBICO

Este QUARENTENA estreou nos cinemas pouco tempo depois do lançamento de REC. O primeiro é, na verdade, uma refilmagem norte-americana do sucesso do segundo. O original REC é espanhol. A rapidez no tempo de produção dos remakes – em comparação com os lançamentos de seus originais - é enorme atualmente. A estrutura cinematográfica de QUARENTENA pode ser comparada também, a de A BRUXA DE BLAIR (filme que também utiliza a idéia de uma câmera na mão como sendo o ângulo de visão único do filme).

A extrovertida e atraente Ângela Vidal – personagem de Jennifer Carpenter – é uma repórter de uma emissora de televisão que, contando com a parceria de seu cameraman iniciam uma reportagem sobre o cotidiano em um quartel dos bombeiros – de olho em alguma missão -. Até que, o alarme de emergência é acionado e a jornalista parte, juntamente com uma dupla de bombeiros, para um edifício onde existe algo suspeito.

QUARENTENA é um filme produzido por um grande estúdio, mas sua estrutura – e seu mérito – é a manutenção da idéia de um filme amador. Não há trilha sonora. Os sons e ruídos do filme são do ambiente. Outra grande virtude é a espontaneidade dos atores. O destaque fica para sua estrela principal que mistura em doses corretas, o entusiasmo de uma jovem repórter, passando pela expressão de tensão com os acontecimentos e enfim, medo e desespero evidentes devido à calamidade da situação. Os diálogos são acertadamente corriqueiros. QUARENTENA passa realmente a sensação de um documentário autêntico, tal o realismo de suas cenas.

O filme joga na tela, sob uma atmosfera de claustrofobia absoluta, uma intrigante história (ao que parece verídica – pelos menos sua campanha de Marketing assim afirma -) de um edifício onde produtos químicos e biológicos teriam causado uma infecção em seus moradores que passam a desenvolver sintomas da Raiva canina. Não por acaso, há um cachorro e um veterinário entre as personagens. O filme vai mostrando assim, a mudança de comportamento dos infectados. Que passam do racional para o irracional. Do estado de normalidade para a violência.

QUARENTENA utiliza o recurso, sempre recorrente, da idéia de zumbis. Como em vários filmes sobre mortos-vivos, aqui também, a contaminação se dá por uma mordida que transmite os sintomas e transforma o infectado em algo perigoso, mesmo sem ter pulsação cardíaca. O filme é uma diversão rápida e eficaz. O objetivo do filme é causar sustos e calafrios. Objetivo plenamente alcançado. Sob um forte impacto, o espectador assiste ao descaso das autoridades responsáveis para entre duas a duas e meia dezenas de pessoas que se vêem trancafiadas no prédio e tendo que lutar pelas suas próprias vidas. A idiossincrasia de QUARENTENA transmite uma angústia latente nos espectadores. Uma virtude e tanto.

QUARENTENA é um filme instigante e visceral. E faz um interessante jogo de ficção dentro de uma realidade em uma história ficcional. E narra a ingrata jornada de trabalho de uma dinâmica repórter de televisão em busca de um furo jornalístico para o canal de TV onde trabalha. E que, levada pela casualidade, faz instintivamente a cobertura da reportagem errada e aos poucos vai sentindo seu estado emocional ficar abalado, até ter que lutar pela sua própria existência.

3 comentários:

  1. Amigo, mude todas as vezes que você citou "quarentena" por "REC", e aí sim você estará falando do filme correto!

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  2. Prezado Fabio, REC é realmente melhor que QUARENTENA. Contudo, as qualidades do remake são inegáveis.
    A atmosfera de QUARENTENA é caótica e claustrofóbica.
    É uma refilmagem que funciona.
    Obrigado.

    MÁRCIO MALHEIROS FRANÇA

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  3. quarentena tem seus prós, muito pouco mas tem... sem duvidas nenhuma rec é muito melhor em todos os aspectos!

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