sábado, 24 de janeiro de 2009


Crítica: O DIA EM QUE A TERRA PAROU

RECHEADO DE IDÉIAS E METÁFORAS QUE NÃO SURTEM EFEITO

Esta refilmagem do filme homônimo de 1951 traz no elenco um sisudo Keanu Reeves e a beldade Jennifer Connelly. É na verdade mais um filme-catástrofe sobre o apocalipse que Hollywood produz com certa regularidade. Este O DIA EM QUE A TERRA PAROU tem como princípio básico uma invasão alienígena como fato motivador do fim dos tempos. E é mais denso que similares como INDEPENDENCE DAY de Roland Emmerich.

A rotina da bióloga Helen Benson (Jennifer Connelly) é interrompida com a sua convocação para analisar uma esfera que irá cair na Terra vinda do espaço. O alienígena Klaatu (Keanu Reeves) chega ao planeta com a missão de verificar o comportamento de seus nativos. Recebido com violência e dotado de poderes especiais e incomuns, resolve salvar a Terra dos humanos. Ou seja, exterminar com os seus habitantes. Com as autoridades responsáveis agindo com rigor, Benson parece ser a única pessoa capaz de reverter a impressão inicial do alienígena de que os humanos são somente destruidores e devastadores.

O DIA EM QUE A TERRA PAROU possui em seu roteiro algumas metáforas. Klaatu seria uma espécie de Deus que tem o poder de destruir os humanos – como na época do Dilúvio - e também, a capacidade de dar-lhes mais uma chance para que reflitam e passem a ter mais humanidade para com seus semelhantes. As esferas menores que caem em vários pontos do planeta seriam como a Arca de Noé utilizadas com a finalidade de preservar um casal de cada ser vivo do planeta. Questões polêmicas que Scott Derrickson (diretor do filme) levanta.

Contando com atuações razoáveis de Keanu Reeves e Jenniffer Connelly e uma boa quantidade de efeitos especiais, O DIA EM QUE A TERRA PAROU, possui algumas virtudes que Scott Derrickson soube aproveitar. Há um estilo narrativo na forma de filmar do diretor. O ritmo lento e definido – para um filme com efeitos visuais – da câmera de Derrickson é agradável. Há muitos closes em Reeves e Connelly aceitáveis. Inaceitável seria a quantidade de pedidos de clemência que Benson faz a Klaatu. Soa um tanto piegas. Contudo, a idiossincrasia do filme é modorrenta devido ao vazio e obviedade do roteiro. Embora tenha alguns momentos interessantes, o seu resultado final é insatisfatório. Suas vicissitudes não produzem o efeito desejado, em razão das inúmeras cenas completamente dispensáveis.

O DIA EM QUE A TERRA PAROU busca vários caminhos para trilhar, sem acertar em nenhum deles. Teoriza que existe continuação da vida e também que os humanos possuem um nível de conhecimentos inferior ao demais seres de outros planetas. Aqui, fica evidente que o filme é bem afirmativo em sua essência e pretensão. Todavia, o filme deixa lacunas filosóficas e conceituais. O filme trabalha com perspectivas. A sua real intenção é ser uma obra de vanguarda.

O DIA EM QUE A TERRA PAROU trabalha com hipóteses ufológicas e Divinas. E aborda a possibilidade do fim dos tempos ao narrar a trajetória de um alienígena que ganha uma imagem humana e que, em clara antítese, aterrissa no solo norte-americano como amigo e depois de sofrer um atentado, passa a ser antagonista dos nativos ao optar pela salvação da Terra dos humanos. E percebe na figura de uma delicada moça haver sentimentos sinceros e amor suficiente entre os nativos da região – e não somente conflitos e incompreensão - para pesar na balança da existência do planeta e no seu julgamento e decisão.

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