
Guel Arraes é um diretor de talento reconhecido. Filmes como LISBELA E O PRISIONEIRO e O AUTO DA COMPADECIDA foram realizados sob a ótica da esperteza e do jogo de cintura de suas personagens. Essas películas são situadas no nordeste, com seus sotaques e peculiaridades da região. Seus filmes são uma síntese não somente do povo nordestino, como do brasileiro com seu lado flexível ao lidar com as situações mais inusitadas. Neste ROMANCE, Arraes coloca a mesma estrutura narrativa em seu terço final. Também situado naquela região do Brasil. Mas comete o equívoco de fazer uma película romântica sem passar credibilidade quanto a sua definição de gênero. ROMANCE mistura drama romântico com a estética cômica de sua obra.
Atriz (Letícia Sabatella) participa de um teste para a peça Tristão e Isolda que a personagem de Wagner Moura está montando. Consegue não somente o papel como o amor do autor/ator da peça. Passa então a contracenar diariamente (entre ensaios e apresentações) com Moura e vivenciar um idílio intenso com este. Um mal-entendido e o ciúme de seu par quanto ao fato de ter iniciado uma carreira em novela na televisão, separa o casal.
ROMANCE afirma o amor como uma forma intrínseca do ser humano de ser compreendido e correspondido para com seus sentimentos. Afirma que é sofrimento. O filme faz com algum sucesso um dicionário sobre o amor. E revela em diálogos profundos que: 1 - o casamento afunda a paixão; 2 – amar é sofrer e 3 – Mais vale aproveitar o romance que jamais senti-lo. Caso o diretor tivesse se focado neste romance com alguma química entre as personagens de Letícia Sabatella e Wagner Moura e não houvesse trocado o estilo de filmar, já pelo miolo, ao embate entre dois meios de comunicação tão diferentes entre si, que não mereciam do diretor uma abordagem antagônica e filosófica (televisão e teatro). O filme teria êxito em suas premissas. Fica a impressão de uma soberba filosófica, nem sempre bem aceitável.
O filme utiliza com alguma criatividade o texto clássico Tristão e Isolda em todo o desenrolar da narrativa. Mas nunca como referência definitiva, e sim como adaptação livre. Seu roteiro tem várias vertentes que Arraes não teve, por completo, o domínio sobre elas. Sua metade final mostra a formação, confirmação e desfecho de um quarteto amoroso. Formado por Sabatella, Moura, Andrea Beltrão e Vladimir Brichta. Detalhe que vai na contramão ao que ROMANCE esboçou ser em sua essência inicial. O filme esconde por trás de toda a profundidade filosófica de seus diálogos, um vazio narrativo.
Arraes sabe como poucos a arte de dirigir um filme, mas em ROMANCE pecou pela falta de definição em sua maneira de filmar. Flerta com o drama romântico e a comédia. Sempre deixando uma lacuna entre suas reais intenções e uma interrogação quanto ao que se propõe mostrar na tela. Comete algumas incoerências de estrutura em seu conteúdo e na composição de algumas cenas, comprometendo seu resultado final.
ROMANCE alfineta todo um círculo midiático. De atores a diretores dos meios de comunicação já citados lá em cima. E cria uma discussão entre o papel de cada veículo como arte e cultura. O filme lança ainda, um olhar mais atento sobre a paixão e o amor. Propondo uma saudável discussão sobre o principal assunto que aborda: se vale a pena sofrer por amor ou se amar e ser amado não causa sofrimento. Caso ROMANCE não tivesse mensagens em excesso e soubesse trabalhar com todas elas a contento seria um filme realmente interessante.
MÁRCIO MALHEIROS FRANÇA
Atriz (Letícia Sabatella) participa de um teste para a peça Tristão e Isolda que a personagem de Wagner Moura está montando. Consegue não somente o papel como o amor do autor/ator da peça. Passa então a contracenar diariamente (entre ensaios e apresentações) com Moura e vivenciar um idílio intenso com este. Um mal-entendido e o ciúme de seu par quanto ao fato de ter iniciado uma carreira em novela na televisão, separa o casal.
ROMANCE afirma o amor como uma forma intrínseca do ser humano de ser compreendido e correspondido para com seus sentimentos. Afirma que é sofrimento. O filme faz com algum sucesso um dicionário sobre o amor. E revela em diálogos profundos que: 1 - o casamento afunda a paixão; 2 – amar é sofrer e 3 – Mais vale aproveitar o romance que jamais senti-lo. Caso o diretor tivesse se focado neste romance com alguma química entre as personagens de Letícia Sabatella e Wagner Moura e não houvesse trocado o estilo de filmar, já pelo miolo, ao embate entre dois meios de comunicação tão diferentes entre si, que não mereciam do diretor uma abordagem antagônica e filosófica (televisão e teatro). O filme teria êxito em suas premissas. Fica a impressão de uma soberba filosófica, nem sempre bem aceitável.
O filme utiliza com alguma criatividade o texto clássico Tristão e Isolda em todo o desenrolar da narrativa. Mas nunca como referência definitiva, e sim como adaptação livre. Seu roteiro tem várias vertentes que Arraes não teve, por completo, o domínio sobre elas. Sua metade final mostra a formação, confirmação e desfecho de um quarteto amoroso. Formado por Sabatella, Moura, Andrea Beltrão e Vladimir Brichta. Detalhe que vai na contramão ao que ROMANCE esboçou ser em sua essência inicial. O filme esconde por trás de toda a profundidade filosófica de seus diálogos, um vazio narrativo.
Arraes sabe como poucos a arte de dirigir um filme, mas em ROMANCE pecou pela falta de definição em sua maneira de filmar. Flerta com o drama romântico e a comédia. Sempre deixando uma lacuna entre suas reais intenções e uma interrogação quanto ao que se propõe mostrar na tela. Comete algumas incoerências de estrutura em seu conteúdo e na composição de algumas cenas, comprometendo seu resultado final.
ROMANCE alfineta todo um círculo midiático. De atores a diretores dos meios de comunicação já citados lá em cima. E cria uma discussão entre o papel de cada veículo como arte e cultura. O filme lança ainda, um olhar mais atento sobre a paixão e o amor. Propondo uma saudável discussão sobre o principal assunto que aborda: se vale a pena sofrer por amor ou se amar e ser amado não causa sofrimento. Caso ROMANCE não tivesse mensagens em excesso e soubesse trabalhar com todas elas a contento seria um filme realmente interessante.
MÁRCIO MALHEIROS FRANÇA
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