
Com Colin Farrel (ator de películas de sucesso como POR UM FIO) e Ralph Fiennes (ator consagrado por seu imenso talento dramático evidenciado no longa SPIDER – SUA MENTE PODE DESTRUIR), e ainda contando no elenco com o correto Brendan Gleeson, esta comédia dramática inglesa atinge plenamente seu objetivo como um competente filme agridoce que trabalha de forma hilária com o absurdo e o improvável.
Dois matadores profissionais são designados para tirar umas férias – enquanto esperam a ordem de seu chefe (Ralph Fiennes) para realizarem um novo “trabalho” – na bonita cidade Belga de Bruges. Colin Farrel e Bredan Gleeson são os protagonistas principais da trama e os assassinos profissionais em questão. Durante a passagem da dupla na Bélgica, Farrel acaba se apaixonando por uma belíssima cidadã do país e se envolve em alguns conflitos com os habitantes da localidade.
NA MIRA DO CHEFE é um filme original, hilário e esquisito. Os atores não sabem exatamente como será o desfecho de uma história em que suas personagens atuam de forma esquizofrênica em cenas onde as situações resvalam na falta de um curioso bom-senso. Mas a narrativa do filme flui agradavelmente bem. Sua produção é requintada e suas atuações são excelentes e ainda, o filme tem como ponto forte seus diálogos desconexos e piadas que mostram uma genialidade imensa (incluindo suicídio de anões e a nacionalidade norte-americana).
O filme trata de situações que beiram a inverossimilhança e a implausibilidade, mas isto acaba por tornar o longa genuíno e autêntico. Acrescentando ao filme um diferencial há muito tempo não visto e causando impacto no espectador pelas irreverentes atuações e inusitadas situações. Suas personagens agem oscilando entre o sensato e o insensato, o normal e o insano, proporcionando um espetáculo brilhante em um filme cult.
NA MIRA DO CHEFE tem como referência os filmes do “gordo e o magro” com suas atuações nervosas e suas cenas que primam pela fuga do óbvio. Mesmo com todos os seus méritos, o filme não chega a ser uma obra-prima, mas o envolvimento dos atores é tão grande que em uma de suas crises de consciência, Farrell chora copiosamente mas sem derramar lágrimas – mostrando a descontração do ator em cena - por ter equivocadamente assassinado um menino durante uma missão.
É um filme que aborda racismo, suicídio, sentimento de culpa, uso de drogas, mudança de comportamento e princípios, ou a sua falta. NA MIRA DO CHEFE trabalha com os dois pólos antagônicos da essência humana (bondade e maldade) com muita criatividade e acerta com sua trama rocambolesca ao discursar sobre o encontro de dois assassinos com suas próprias consciências na bonita Bruges (onde toda a ação acontece), e a narrativa coloca-os em busca da redenção de seus erros e a compreensão de seus pecados.
MÁRCIO MALHEIROS FRANÇA
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