sábado, 4 de outubro de 2008

Crítica: NEM POR CIMA DO MEU CADÁVER


ESQUEMÁTICO E SEM ORIGINALIDADE

Esta comédia romântica NEM POR CIMA DO MEU CADÁVER é mais um típico produto de Hollywood, com nomes conhecidos em seu elenco e uma produção requintada. Mas tanto roteiro quanto a direção de Jeff Lowell não acrescentam nada de novo a vasta lista de filmes do gênero. É uma película vazia em seu conteúdo e que leva muitos espectadores ao cinema devido ao costume que temos em consumir qualquer produto que venha embalado da indústria americana.

A história inicia no dia do casamento entre Kate ( Eva Longoria Parker ) e Henry ( Paul Rudd ) que acabam por não dizer sim, um ao outro, pela desastrada morte da noiva. Aproximadamente um ano depois um cético Henry vai conversar com uma médium ( Lake Bell ) tentando receber uma mensagem de sua finada noiva, começando neste momento uma nova história de amor para a personagem de Rudd.

O longa apresenta personagens estereotipados e atores sem talento ( Paul Rudd lidera um elenco sem brilho ). A película é recheada de piadas, algumas até engraçadas, os ( d ) efeitos visuais são o único diferencial dos demais filmes do gênero. Mas falta empatia ao casal de protagonistas principal ( Rudd e Bell ) e um conteúdo mais aprofundado. O filme é raso demais até mesmo para uma comédia. A ajuda da personagem de Lindsay Sloane agindo como um cupido, que acerta o alvo sem mirar direito, para ajudar Henry a sair da depressão é um atestado de que às vezes precisamos de ajuda para resolver nossos problemas psicológicos.

NEM POR CIMA DO MEU CADÁVER utiliza um dos principais atrativos de GHOST – DO OUTRO LADO DA VIDA, a mediunidade como forma de provocar risos. Sem aprofundar no tema sobre pessoas que tem contato com espíritos do além, a narrativa segue sem maiores atrativos e interesses. Mesmo sendo um filme descompromissado
para com assuntos mais revelantes, o longa entretém durante um pouco mais de uma hora e meia e só. A narrativa esquemática não permite ao longa um maior envolvimento do espectador para a ação que se passa na tela.

O filme aborda com superficialidade a vida depois da morte e o caminho que todos temos que seguir nesta vida. Não há no filme ninguém ruim de coração entre vivos e espíritos e sim, personagens que vivem à base de pequenas mentiras para alcançar o objetivo que seus corações manda. São personagens que tentam apenas ser felizes sem atrapalhar seus semelhantes. A única exceção fica por conta da personagem de Longoria Parker que mesmo dando um bocado de trabalho para evitar o romance entre o casal Henry e Ashley, é levada a fazer isso por sua própria eloqüência e maneira mandona de ser. Jason Biggs interpreta um ajudante de Bufê que finge ser gay somente para estar ao lado de sua amada Ashley ( Bell ). Mentiras que acabam por permear todo o filme.

O filme trata sem grandes inovações e sem muito interesse o relacionamento de um casal sem química na telona, que batalha um bocado e sofre um pouco para conseguir chegar ao altar e sacramentar um casamento que indicava possível desde a primeira vez em que os dois se entreolharam. Típico caso de amor à primeira vista.

MÁRCIO MALHEIROS FRANÇA

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