
FALTA UM POUCO MAIS DE DRAMATICIDADE
Com muita originalidade e com um texto excelente, escrito pelo próprio diretor Cameron Crowe, TUDO ACONTECE EM ELIZABETHTOWN é em sua essência uma comédia dramática temperado com um romance inesquecível entre as personagens de Orlando Bloom e Kirsten Dunst. Como diretor Crowe fez um filme originalíssimo mas que peca por não injetar um pouco mais de dramaticidade a uma trama que necessitava ser um pouco mais complexa em sua estrutura narrativa.
Depois de receber quase que simultaneamente duas notícias muito ruins ( perdeu o emprego devido a um erro que cometeu em sua profissão e o falecimento de seu pai ), Drew Baylor a personagem de Orlando Bloom viaja para enterrar o pai depois de quase cometer suicídio e encontra já na ida para uma cidade pequena dos Estados Unidos ( Elizabethtown ) uma aeromoça que apaixona-se por ele imediatamente e revê vários de seus familiares residentes na pacata cidade.
A trama gira em torno de Drew/Bloom que passa durante a viagem por diversas situações que revigoram seu estado de espírito abalado. Uma pena o ator Orlando Bloom não conseguir ter uma atuação digna do papel a que lhe foi confiado. Bloom aparece em quase todas as cenas do filme e sempre atuando de forma impassível quanto aos fatos e as pessoas que o circundam. Talvez a falta de exigência de Crowe em relação aos conflitos que surgem mesmo que esporadicamente na trama tenha deixado o ator sem muito compromisso com sua interpretação.
A bela fotografia e os interessantes diálogos e, principalmente, a atuação despojada,
encantadora e alegre da belíssima Kirsten Dunst fazem de TUDO ACONTECE EM ELIZABETHTOWN um filme alegre e entusiasmante. Seu clímax é simplesmente memorável: durante sua viagem de volta para casa, Drew passa a contar como guia um mapa com fotos e cd’s elaborados pela apaixonante e apaixonada Claire/Dunst levando a personagem de Orlando Bloom por um atalho para ultrapassar os seus dilemas com alegria e a ser direcionado ao caminho de seu palpitante coração feminino.
É um filme que trata de dor, mas também de reparação emocional através da celebração da união familiar e de uma alentadora paixão com a qual Claire com sua jovialidade e
felicidade motiva Drew a superar e até sair recompensado no momento mais difícil pelo qual vivencia. Claire além de ser uma moça extrovertida é também um doce como ser humano e acaba ajudando incrivelmente um desmoralizado ( tanto profissionalmente como na vida pessoal e sentimental ) um jovem que precisa seguir em frente e tocar sua vida e também deixar de lado idéias negativas. O romance entre os dois traz um frescor à narrativa.
O filme trata com muita dignidade, mas sem um maior aprofundamento dramático de suas situações e psicológico de suas personagens, a história de um jovem que vive um carrossel de emoções ao sofrer alguns golpes indigestos do destino e rever os parentes esquecidos, e ainda, ao encontrar uma moça que nutre para consigo sentimentos sinceros de amor e compreensão em uma verdadeira jornada de superação de seu estado psicológico abalado e ser conduzido para uma mudança completa e satisfatória de estilo de vida.
MÁRCIO MALHEIROS FRANÇA
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