
ENSAIO SOBRE A FALTA DE HUMANIDADE
Esta co-produção brasileira, japonesa e canadense, conta com um elenco estelar, com destaque absoluto para Julianne Moore. Interpretando de maneira impecável, em cada cena que está presente, uma esposa dedicada ao marido, vivido por Mark Ruffalo. O diretor Fernando Meirelles, fez do longa, um filme de arte. Um cult, que está em cartaz em vários cinemas da cidade, e não restrito as salas que já são tradicionais por exibirem filmes europeus, asiáticos, etc..., como o Estação Botafogo, o precursor de uma rede de cinemas que visa fugir do badalado circuitão, onde são exibidos, principalmente filmes de Hollywood.
Este ENSAIO SOBRE A CEGUEIRA, trata da falta de visão, e humanidade que as pessoas ostentam. Sempre foi assim, mas digamos que, no momento, essa falta de um olhar mais profundo e complacente para com o próximo e também, a falta de visão das pessoas em olhar para dentro de si mesmas e enxergar que mudanças podem ser feitas e valores podem ser mudados de seus interiores para fora, é mais veemente.
A trama gira sobre um grupo de pessoas que perde sem razão alguma, suas visões, e como uma epidemia, a coisa vai se alastrando, até tornar o mundo caótico. A personagem de Julianne Moore, é a única pessoa entre todos os humanos a não ser contaminada. Sua personagem, é enquanto os primeiros contaminados são colocados em um hospício fechado, uma líder para aqueles que estão a sua volta, ela é a condutora deles para a luz, no sentido literal e religioso da palavra.
Enquanto o grupo precisa enfrentar um bando de escroques por comida, liderados pela personagem de Gael Garcia Bernal ( em uma atuação fraca, cheia de trejeitos ), com direito a chantagens ( em momentos de extremo sofrimento ), suas precárias condições são mostradas - fezes no chão, sendo pisadas, é um exemplo gritante -. Tal como um sanatório, os primeiros a ficarem cegos – embora estejam ali, sem serem totalmente desumanos - são tratados com total falta de respeito e vêem seus valores serem jogados no lixo, suas dignidades serem postas de lado. Enquanto passam por este redentor sofrimento, as personagens principais, em momento algum se mostram inconformadas, são pessoas que aceitam suas novas condições de vida, com uma interessante e bondosa resignação.
A fotografia em um tom azulado e o silêncio em vários momentos realçam um filme perturbador, comovente, melancólico e até lírico em certas cenas. É um longa reflexivo e uma parábola contundente sobre a incapacidade do ser humano em enxergar aquilo que está a sua frente: ter mais humanidade. A atmosfera do filme é densa e sombria. A trilha sonora é atraente. Fernando Meirelles soube captar os ângulos e enquadramentos do longa de maneira que merece aplausos.
ENSAIO SOBRE A CEGUEIRA, desconstrói cada personagem central, fazendo cada um, entrar em um doloroso processo de uma quase desesperança. O filme faz uma profunda reflexão sobre o poder do Criador – a cena na igreja em que as estátuas de santos estão com vendas nos olhos, revela que a intenção embutida na mensagem do filme é mesmo de fundo religioso -. A película lida com o sagrado ao colocar na narrativa uma catastrófica epidemia que atinge ( quase ) todos os humanos, como um fim dos tempos Bíblico, onde Deus coloca sobre toda a humanidade um fardo pesado de ter que lidar com a literal cegueira, que é na verdade, uma autêntica falta de visão e sensibilidade da humanidade para com seu semelhante, por não haver mais amor ao próximo.
MÁRCIO MALHEIROS FRANÇA
E-mail: francamarciom@yahoo.com.br
Esta co-produção brasileira, japonesa e canadense, conta com um elenco estelar, com destaque absoluto para Julianne Moore. Interpretando de maneira impecável, em cada cena que está presente, uma esposa dedicada ao marido, vivido por Mark Ruffalo. O diretor Fernando Meirelles, fez do longa, um filme de arte. Um cult, que está em cartaz em vários cinemas da cidade, e não restrito as salas que já são tradicionais por exibirem filmes europeus, asiáticos, etc..., como o Estação Botafogo, o precursor de uma rede de cinemas que visa fugir do badalado circuitão, onde são exibidos, principalmente filmes de Hollywood.
Este ENSAIO SOBRE A CEGUEIRA, trata da falta de visão, e humanidade que as pessoas ostentam. Sempre foi assim, mas digamos que, no momento, essa falta de um olhar mais profundo e complacente para com o próximo e também, a falta de visão das pessoas em olhar para dentro de si mesmas e enxergar que mudanças podem ser feitas e valores podem ser mudados de seus interiores para fora, é mais veemente.
A trama gira sobre um grupo de pessoas que perde sem razão alguma, suas visões, e como uma epidemia, a coisa vai se alastrando, até tornar o mundo caótico. A personagem de Julianne Moore, é a única pessoa entre todos os humanos a não ser contaminada. Sua personagem, é enquanto os primeiros contaminados são colocados em um hospício fechado, uma líder para aqueles que estão a sua volta, ela é a condutora deles para a luz, no sentido literal e religioso da palavra.
Enquanto o grupo precisa enfrentar um bando de escroques por comida, liderados pela personagem de Gael Garcia Bernal ( em uma atuação fraca, cheia de trejeitos ), com direito a chantagens ( em momentos de extremo sofrimento ), suas precárias condições são mostradas - fezes no chão, sendo pisadas, é um exemplo gritante -. Tal como um sanatório, os primeiros a ficarem cegos – embora estejam ali, sem serem totalmente desumanos - são tratados com total falta de respeito e vêem seus valores serem jogados no lixo, suas dignidades serem postas de lado. Enquanto passam por este redentor sofrimento, as personagens principais, em momento algum se mostram inconformadas, são pessoas que aceitam suas novas condições de vida, com uma interessante e bondosa resignação.
A fotografia em um tom azulado e o silêncio em vários momentos realçam um filme perturbador, comovente, melancólico e até lírico em certas cenas. É um longa reflexivo e uma parábola contundente sobre a incapacidade do ser humano em enxergar aquilo que está a sua frente: ter mais humanidade. A atmosfera do filme é densa e sombria. A trilha sonora é atraente. Fernando Meirelles soube captar os ângulos e enquadramentos do longa de maneira que merece aplausos.
ENSAIO SOBRE A CEGUEIRA, desconstrói cada personagem central, fazendo cada um, entrar em um doloroso processo de uma quase desesperança. O filme faz uma profunda reflexão sobre o poder do Criador – a cena na igreja em que as estátuas de santos estão com vendas nos olhos, revela que a intenção embutida na mensagem do filme é mesmo de fundo religioso -. A película lida com o sagrado ao colocar na narrativa uma catastrófica epidemia que atinge ( quase ) todos os humanos, como um fim dos tempos Bíblico, onde Deus coloca sobre toda a humanidade um fardo pesado de ter que lidar com a literal cegueira, que é na verdade, uma autêntica falta de visão e sensibilidade da humanidade para com seu semelhante, por não haver mais amor ao próximo.
MÁRCIO MALHEIROS FRANÇA
E-mail: francamarciom@yahoo.com.br
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