quinta-feira, 25 de setembro de 2008

Crítica: PERIGO EM BANGKOK

CAGE NÃO EVITA O FIASCO

Nicolas Cage é um ator que já atingiu há muito tempo seu ápice interpretativo e mantém até hoje um estilo de interpretação interessante. É um ator que esbanja talento e empatia para com o público. Então temos este PERIGO EM BANGKOK, filme que se salva do naufrágio completo devido ao ator. Sua interpretação é o único elemento interessante no longa.

Joe ( Cage ) é um assassino profissional designado para todos os cantos do planeta. No longa, a narrativa inicia com a personagem viajando para Bangkok na Tailândia para cumprir quatro trabalhos ( assassinatos ). Seu estilo de trabalho é baseado em quatro regras, dentre elas: Não se envolver afetivamente com ninguém; não deixar vestígios e fugir imediatamente após o término do trabalho. Em Bangkok, a sua personagem deixa de cumprir com as regras e acaba indo de encontro com a sua consciência.

É um filme raso e ineficaz, sem um maior aprofundamento de suas questões. È um thriller desinteressante e sonolento, mesmo tendo tiroteios, explosões, e perseguições ( inclusive de canoas ). O longa aborda a solidão, traição, crise de consciência, e mudança de estilo de vida ( ou uma tentativa ). Mas, equivocadamente Oxide Pan Chun e Danny Pang ( diretores de PERIGO EM BANGKOK ) erram a mão e fazem da película um fiasco – Cage evita uma catástrofe maior com sua atuação -.

A solidão da personagem principal é o motivo para sua empreitada começar a dar errada. Ele precisa de alguém para dialogar e encontra no cúmplice comprado, o sujeito ideal para ensinar sua técnica e ter uma amizade. E busca em uma bela cidadã tailandesa a chance de namorar e levar uma vida normal. Mas, o seu dever profissional entra em choque com sua tentativa de interagir com outrem.

A fotografia é bonita e escura, o mote é razoável, mas a condução da narrativa é arrastada, os diretores fizeram de PERIGO EM BANGKOK um longa cansativo. Pífio em suas intenções, a película esboça em suas cenas iniciais até o miolo, a promessa de um filme interessante, porém esbarra em situações fracas. Falta vigor à narrativa. E para completar o desastrado quadro, sua solução final é insatisfatória.

O longa toca burocraticamente na história vazia de um homem em busca de um novo horizonte para sua vida. Mas relutante em abandonar sua profissão, sucumbe a sua crise de consciência entre o certo e o errado de suas missões, e fracassa em sua tentativa de recomeçar uma nova vida ao lado de pessoas que por alguns dias deram a personagem uma injeção de ânimo na sua evidente rotina melancólica.

MÁRCIO MALHEIROS FRANÇA

E-MAIL: FRANCAMARCIOM@YAHOO.COM.BR

Nenhum comentário:

Postar um comentário