quinta-feira, 11 de setembro de 2008

Crítica: HELLBOY 2 – O EXÉRCITO DOURADO



O PARADOXO DE UMA CONTINUAÇÃO

A continuação do original HELLBOY, de 2004, manteve os mesmos atores e o mesmo diretor (Guillermo Del Toro ) e a temática continua a mesma, ou seja, Hellboy, o personagem, tenta ser conduzido para o outro lado da dualidade entre o bem e o mal existente dentro de si. Este O EXÉRCITO DOURADO, é um pouco melhor que o original. A ação continua intensa, mas o conteúdo é mais definido e aprofundado.

O roteiro desta vez coloca no caminho do herói originário dos gibis, um príncipe impiedoso, que é capaz de matar seu próprio pai. A história trata de um povo que vive fora dos limites de convivência com os humanos e tem uma arma mortal – um exército imenso, em quantidade e tipo físico, uma espécie de robôs -. Estes seres não desejam um conflito com aqueles que Hellboy defende ( os humanos ), mas o príncipe desta dimensão, deseja e coloca a personagem principal para trabalhar bastante para evitar uma catastrófica guerra eminente.

Hellboy, agora está casado com a paranormal Liz Sherman ( Selma Blair ) e vai ser pai. Há conflitos no relacionamento entre os cônjuges, em uma encantadora relação de amor sincero que ambos têm em comum. A personagem Sapiens – uma espécie de peixe intelectual –, que já no primeiro longa, colaborou um bocado com o herói e vive na Agência de Pesquisa e Defesa Paranormais – o local onde Hellboy pode chamar de lar -, também vive uma paixão, pela irmã gêmea do vilão Nuada. Uma princesa de coração puro. A cena em que os dois, o protagonista e seu ajudante, cantam bêbados e apaixonados, juntos, é de um lirismo extraordinário – um pouco cômica, também, é verdade -. Uma cena senão antológica, ao menos a melhor do filme.

Os efeitos especiais de HELLBOY 2: O EXÉRCITO DOURADO, fazem a festa dos aficcionados do gênero ação, mas paradoxalmente, esta continuação é melhor que o original, embora não faça do longa, um bom filme. A narrativa é mais definida e as emoções escassas no primeiro filme da série, são mais afloradas nesta película. Nada de extraordinário, mas como se trata de uma continuação, uma comparação é sempre inevitável. O clima do filme é de alegria, e este longa não coloca tantas cenas místicas, como no primeiro. Há mais aventura e sua duração é um pouco mais curta.

Um certo cansaço já é sentido no espectador em relação às adaptações de quadrinhos antigos, com pessoas saindo antes da sessão terminar, citando um exemplo sintomático. Os super-heróis e suas marcas que os caracterizam, remetem à mitologia grega, que explica que cada herói tem uma característica que o diferencia dos demais seres, um sinal, seja físico ou paranormal. Os heróis em nosso mundo, podem ser qualquer um de nós. Tal qual nos quadrinhos e no cinema, um ser humano pode ser um herói, até mesmo, sem que saiba disto. Mas, há uma marca, podendo ser até mesmo, uma cicatriz que o diferencie dos demais.

HELLBOY 2, aborda uma personagem que é o próprio contraste entre seu destino e sua boa índole, que luta contra seres místicos e míticos. Um herói apaixonado, que não gosta de ser desprezado pelas pessoas, devido a sua aparência, e é um cumpridor fiel de suas obrigações como defensor da terra e dos mortais.

MÁRCIO MALHEIROS FRANÇA

2 comentários:

  1. quando voce fez a critica de hellboy 1, achei meio desatualizado, mas agora entendo que voce só queria preparar terreno pra vir com o 2, antes q eu pudesse criticar, vc veio com o novo, obrigado e parabens

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  2. Prezado André, obrigado pelas elogiosas linhas.
    O Blog é recente, e quando houver uma continuação de um filme em cartaz no cinema, eu colocarei a(s) crítica (s)do (s) anterior (es), antes do momentaneamente badalado ( ou não )longa em questão.
    Tchau e um abraço.

    MÁRCIO MALHEIROS FRANÇA

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