
UMA BELA VALORIZAÇÃO DA PUREZA D’ALMA E DO CORAÇÃO
Will Smith é mais uma vez o astro absoluto de uma produção Hollywoodyana. Como em seus sucessos anteriores (o fraco EU SOU A LENDA e o divertido HANCOCK), o ator é a principal estrela deste ótimo SETE VIDAS, que como tal em À PROCURA DA FELICIDADE (também dirigido por Gabriele Muccino) faz os espectadores chegarem às lágrimas devido ao tamanho sentimentalismo que bate na tela. De todos os filmes mencionados SETE VIDAS é sem dúvida nenhuma o melhor. E inclusive, é um dos melhores trabalhos da carreira de Smith – também em relação a sua atuação -.
Ben Thomas (Smith) é um homem determinado a ajudar sete pessoas - de tal forma que transforma inteiramente a vida delas-. Ben Thomas analisa o cotidiano de cada um. Analisa gestos e ações para descobrir se as pessoas possuem bondade em seus corações. Sua decisão é tomada partindo do princípio que seus escolhidos merecem realmente receberem o seu apoio. Sua missão possui uma causa não revelada a princípio. Usando de uma boa visão das personalidades de cada um e cometendo falsidade ideológica, o personagem principal consegue alterar positivamente o destino de seus agraciados.
SETE VIDAS possui uma narrativa lenta e apreciativa. Carrega uma grande semelhança com os filmes europeus – onde uma imagem vale mais que mil palavras -. O diretor da película busca nos detalhes – conseguidos através de closes e ângulos da câmera – cênicos uma forma estilosa e apreciável de filmar. O estilo narrativo de Gabriele Muccino é muito importante para a eficiência do longa. Muccino soube aproveitar ainda, cada momento de emoção do ótimo roteiro e valorizá-los emocionalmente ao máximo.
Uma das teorias que se obtém do filme é um significado religioso para as atitudes que a personagem de Smith expõe. Como se estivesse num Purgatório emocional (há uma explicação plausível para tanta generosidade e caridade que Ben Thomas exala durante toda a projeção do filme) Ben Thomas busca com seu planejamento benévolo sua redenção interior, moral e religiosa. Atormentado por um erro do passado (provocou um acidente de forma acidental), Ben Thomas age com muita determinação em seus objetivos.
SETE VIDAS trabalha com os sentimentos e emoções dos espectadores. Sem resvalar em pieguice e hipocrisia, o filme vai fundo no emocional humano. O choro que SETE VIDAS provoca durante sua exibição é prolongado para até depois de sua exibição. Impactante, sóbrio, forte e sentimental, SETE VIDAS é o tipo de filme para ser visto e revisto. È um dos melhores melodramas desta década e um dos melhores filmes de 2008.
Gabriele Muccino aproveita um roteiro original e bastante interessante para conceber uma história intensa sobre o acaso, a fatalidade, a culpa, a determinação, o transtorno emocional, a redenção e o desfecho disto tudo com um clímax tão triste e lacrimogêneo quanto memorável e eficaz sob todos os aspectos cinematográficos. Um final digno de um grande filme.
SETE VIDAS é um grande filme ao possuir um roteiro instigante, uma direção exemplar, boas atuações (com destaque para seu ator principal), diálogos primorosos, trilha sonora acertada e muita emoção que transborda da tela. Além disso, a montagem é perfeita. Suas surpresas são reveladas paulatinamente. Gabriele Muccino possui o domínio total da narrativa e realizou uma obra tão virtuosística em seu conteúdo e estética que seus significantes e significado são plenamente resolvidos e definidos. Sua idiossincrasia permite uma perplexidade e um choque emocional. Em tempos de conflitos de tolerância, SETE VIDAS é um banho de água fria em um deserto escaldante.
SETE VIDAS é uma exaltação à bondade e pureza da alma e do coração. E uma profunda reflexão sobre os gestos, ações e decisões das pessoas nos tempos modernos. E narra o tormento psicológico e doentio que um homem passa a conviver após uma fatalidade provocada por um descuido e que então dedica algum tempo de sua vida a buscar sua reparação e redenção pessoal e divina. E que, ainda, ao perceber estar emocionalmente envolvido com uma de suas escolhidas, antecipa seus planos e sem perceber desperdiça a chance de conseguir alívio para suas angústias e uma recompensa para tamanho empenho e altruísmo.
P.S.: Este crítico de cinema deseja a todos os seus leitores um FELIZ E PRÓSPERO 2009.
MÁRCIO MALHEIROS FRANÇA
OI Márcio,gostei da crítica!!!
ResponderExcluirTambém concordo,o filme é muito bom!!
Mariana
Parabéns, meu amigo...
ResponderExcluirVc captou muito bem o que retrata o filme, um obra de arte é esse seu censo crítico...
Para mim um dos melhores filmes do ano...
Mariana, obrigado pelas elogiosas linhas.
ResponderExcluirUma das realizações profissionais do crítico de cinema é justamente que seus leitores concordem com a sua ótica.
Tchau e um abraço.
MÁRCIO MALHEIROS FRANÇA
Thiago Amorim, obrigado pelas elogiosas linhas.
ResponderExcluirSeu comentário é, no mínimo, gratificante para mim.
Tchau e um abraço.
MÁRCIO MALHEIROS FRANÇA