terça-feira, 12 de agosto de 2008


CRÍTICA: O DIÁRIO DE BRIDGET JONES

Balzaquiana sensível e romântica

Filmes como O DIÁRIO DE BRIDGET JONES, trouxeram um certo frescor ao cinema na época de seu lançamento. A originalidade do roteiro e a narrativa leve porém com um conteúdo bem aprofundado sobre uma mulher de 32 anos, solteira e ainda com esperança de encontrar o amor de sua vida para um relacionamento sério, revitalizou o gênero comédia romântica.

O DIÁRIO DE BRIDGET JONES é um filme bem escrito e Sharon Maguire ( diretor da película ) conseguiu produzir uma trama que se sustenta ( bem ) na descontração, autenticidade e sinceridade que tanto os atores principais – principalmente a protagonista Renée Zellweger – e as cenas transmitem.

A trama gira em torno de Renée Zellweger ( nascida para o papel ), que interpreta uma escorpiana balzaquiana que ainda não casou e busca durante toda a projeção do filme se acertar em sua vida amorosa. Como todo escorpião do horóscopo, sua personagem é muito guiada pela emoção em detrimento da razão, em suas relações – este crítico também é escorpiano e às vezes se comporta assim -.

Renée Zellweger tem um envolvimento amoroso com a personagem de Hugh Grant ( ator que começou a atuar de verdade em UM GRANDE GAROTO ) sem saber que ele não deseja mais nada dela que sexo. Um pouco ingênua e sonhadora sua personagem acredita que este caso pode terminar em um lindo casamento. Hugh Grant interpreta bem, um homem mulherengo inveterado e insensível, beirando a canalhice.

A busca do amor verdadeiro para quem passou dos 30 anos é mais sincero que para uma pessoa de 20 anos, por exemplo. A idade já pesa e a estabilidade na vida sentimental com uma moça vira um atrativo muito grande, pois a maturidade já chegou e estar ao lado de alguém que satisfaça seus anseios é mais confortador nesta faixa etária. Muitas vezes estas pessoas já tiveram decepções amorosas e não tratam sua nova conquista como uma mera paixão, mas sim, como a pessoa que deseja conviver para sempre.

Algumas cenas do filme são mostadas antes que elas tenham realmente acontecido, mostrando uma inovação para época que ajudam a dar o tom de leveza à película. São imagens onde a protagonista mentaliza algo que deveria dizer ou fazer, e percebe a tempo, que não deve agir deste modo. Inovações como esta realçam a originalidade que O DIÁRIO DE BRIDGET JONES trouxe para o cinema.

Os diálogos são muito profundos e estão acima da média entre os filmes do gênero. A bonita fotografia realça o esmero da produção do longa, que trata de ilusões e decepções amorosas, com direito a um final feliz. O DIÁRIO DE BRIDGET JONES é todo de Renée Zellweger que até ganhou uns quilinhos a mais para interpretar sua personagem.

Cativante, o longa mostra uma mulher muito bonita, porém insegura e um tanto desajeitada, que já passou da hora de casar, em busca do marido dos sonhos, que consegue seu objetivo sem mudar de postura ( embora tente ). Sua obstinação é recompensada pelos bons sentimentos que tem em sua essência.





RETRÔ DVD




CRÍTICA: BRIDGET JONES – NO LIMITE DA RAZÃO

Uma Balzaquiana mais racional

O sucesso do primeiro longa gerou esta continuação tão bem realizada como o original. Renée Zellweger aparece na tela ainda mais gordinha e a intenção dos produtores era fazer um filme que mostrasse a seqüência do relacionamento amoroso que a personagem de Renée Zellweger vive com a personagem do correto Colin Firth. Se realmente aquele final feliz do DIÁRIO DE BRIDGET JONES, seria duradouro.

É um filme carismático, um pouco mais engraçado que o primeiro e mantém as mesmas características adjetivadas do original como a autenticidade e sinceridade das atuações e cenas. Trata-se de uma película simpática e agradável.

A trama volta a colocar a personagem de Renée Zellweger sonhadora, romântica, sincera e ingênua. Desta vez ela tem mais desilusões – algumas mais por mal-entendidos – e amadurece um pouco mais, principalmente depois de sua passagem por uma prisão tailandesa ( um equívoco das autoridades locais ), mas que é o ponto chave de sua união efetiva com a personagem do reservado e maduro Colin Firth.

O término do namoro entre as personagens de Renée Zellweger e Colin Firth, lá pelo miolo do filme, propicia ao canalha de plantão Hugh Grant ( um ator que interpreta com mais maturidade de alguns anos para cá, que no início da carreira ) mais uma chance de aproveitar-se de Zellweger. Hugh Grant percebe a fragilidade na vida sentimental de Renée Zellweger ( e em quase todos os sentidos ) e investe mais uma vez na promessa de amor com sua colega de filme, mas sua verdadeira intenção é ter, pura e simplesmente, mais noites de sexo com Zellweger.

A personagem de Colin Firth, que sabe o significado da palavra traição em relacionamentos sérios, é o oposto da personagem da ainda mais bela Renée Zellweger. Sua postura séria contrasta com a empatia e espontaneidade da personagem de Zellweger. Os opostos se atraem.

Duas pessoas, são duas verdades e na verdade são dois mundos ( frase de Humberto Gessinger, em uma de suas letras ), esboça como são os relacionamentos entre um homem e uma mulher. O conflito, principalmente de personalidade, entre o casal, muitas vezes, acarreta no término do romance de maneira precoce e errônea. Uma terapia de casal – interpretada por um ou outro, ou pelos dois, como bobagem -, pode resolver essas diferenças. As pessoas em muitos casos não enxergam que a felicidade está naquele relacionamento e não em outro, não se contentam com as vidas que possuem. Erro grave.

A produção de BRIDGET JONES – NO LIMITE DA RAZÃO é sofisticada. Os diálogos são primorosos e profundos. A fotografia é bonita e a trilha sonora ( como no original ) é acertada. Apesar de ter algumas cenas dispensáveis, o resultado final da película também fica acima da média entre as produções do gênero ( comédia romântica ). Talvez a mudança de diretor do original para este ( o diretor da continuação é Beeban Kidron ) tenha influenciado ao colocar alguns elementos mais dramáticos à narrativa e o humor deste é um pouco mais afiado que do DIÁRIO DE BRIDGET JONES.

O longa mostra uma protagonista almejando, como a maioria das mulheres, chegar ao casamento com o homem apropriado, e apesar de algumas desilusões aqui e ali na trama, atinge a plena felicidade em sua vida sentimental – algo que ela superestima -, sem deixar de lado sua sinceridade e autenticidade em gestos, ações e sentimentos.

MÁRCIO MALHEIROS FRANÇA

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